
A cirurgia íntima é realizada na vulva, parte mais externa da genitália feminina, composta pelos grandes e pequenos lábios, ou na vagina, que é o canal que começa na vulva e vai até o útero.
“É importante que a paciente se pergunte qual é o motivo que a leva a fazer o procedimento. Ter certeza de que está tomando esta atitude por si mesma, e não para agradar outra pessoa. É importante que ela saiba que a cirurgia estética não é capaz de melhorar milagrosamente a vida sexual e que os resultados idealizados nem sempre são possíveis”, alerta Marair Sartori, presidente da Comissão Nacional de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Por isso, é muito importante que o procedimento seja feito por um profissional especializado. Procure no site da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) e sempre peça referências.
É válido saber também que não existe um padrão de vulva ou de vagina considerada normal. “A aparência genital padronizada, que vem sendo perpetuada por sites de clínicas privadas, que rotulam confusamente e definem diversos procedimentos como padrão, não possui nenhuma evidência científica sobre sua eficácia”, aponta Leonardo Bezerra, ginecologista do Departamento de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente da UFC (Universidade Federal do Ceará). A cirurgia íntima deve ser levada tão a sério não somente por ser um procedimento invasivo, mas também por mexer com a mente das mulheres. Isto porque a intervenção pode melhorar a autoestima delas, mas, por outro lado, se eventualmente a paciente ficar com desconforto, dor na região, dificuldade de ter relação sexual, ou o procedimento não ficar de acordo com o esperado, pode impactar negativamente o bem-estar psicológico.

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Questão de saúde Por outro lado, existem grupos de mulheres que optam pelo procedimento por conta de incômodos sentidos em suas atividades diárias. “Quando a paciente tem o pequeno lábio vaginal muito grande, por exemplo (uma das principais queixas), pode causar desconforto na roupa íntima, na sua atividade física, ou até mesmo nas relações sexuais. Se houver estas queixas, a correção cirúrgica pode trazer benefícios”, explica Lucas Schreiner, médico do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. A dificuldade em urinar também é outro fator que pode levar à cirurgia íntima. Assim como o acúmulo de secreção e risco de infecção pelo excesso de pele dos pequenos lábios, o que dificulta a higienização do local.
Não são apenas os pequenos lábios que podem causar desconfortos a fim de gerar uma busca pelo procedimento. O clitóris, os grandes lábios e o púbis também podem passar por modificações, que vão desde a redução da flacidez e de tamanho, passando pelo estreitamento vaginal, até a correção de cicatrizes e de prolapsos genitais, que é quando a mulher tem o útero ou a bexiga caída.
“A cirurgia íntima pode melhorar infecções urinárias, vaginais, a menor ou maior sensibilidade clitoriana, entre outros benefícios”, diz Alexandre Kataoka, cirurgião plástico e diretor do Depro (Departamento de Defesa Profissional) da SBCP.
Fonte: Viva Bem/Uol