Vaginas podem ter os mais diversos formatos, ter particularidades na cor e na textura da pele, ter diferenças no tamanho e volume dos lábios, mas muitas mulheres parecem não estar convencidas disso. Em 2016, 25 mil brasileiras entraram na faca para corrigir suas “imperfeições” vaginais – o dobro do ano anterior, segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (Isaps, na sigla em inglês). Os números crescentes alçaram o país ao posto de recordista mundial das cirurgias íntimas. E, segundo especialistas no procedimento, a motivação estética supera a funcional, que é quando a anatomia dos lábios provoca alguma dor ou desconforto.
Para a ginecologista Karla Giusti Zacharias, do Grupo Huntington, é importante entender que a diversidade de formatos existe e é normal. “Da mesma forma que as mulheres são altas, baixas, magras e gordas, existe diferença na formação da vagina e da vulva. Na prática, o que se observa é que o tamanho dos pequenos e grandes lábios é bastante variado, não existe um padrão”, explica. “A assimetria que acompanha todo o nosso corpo também se dá na região íntima. Por isso, nota-se uma diferença de tamanho entre os lábios. E quanto à coloração, ela varia de acordo com o tom da pele de cada mulher. As mais morenas, por exemplo, jamais terão lábios rosados.”
A recomendação dos especialistas brasileiros é que a cirurgia seja feita somente na idade adulta – a partir dos 18 anos -, depois que o corpo já estiver formado. “A maioria das minhas pacientes tem entre 25 e 35 anos, quando já atingiram uma certa maturidade em relação ao seu próprio corpo e sexualidade”.
Fonte: UOL