Há cada 100 mulheres, apenas 4 se acham bonitas. Esse é um dado que reflete o peso da aparência na nossa atual sociedade e faz surgir as “doenças dos tempos modernos”, como a Dismorfia Corporal.
Para você ter uma ideia, apesar de apenas 4 se acharem bonitas, 80% delas conseguem enxergar a beleza em outras mulheres. Até parece contraditório, mas se pararmos para pensar, essa é uma realidade.
Apesar de não estarmos felizes com nossa aparência, é fácil apontar pessoas bonitas, com corpos perfeitos, cabelos incríveis, pele de bebê…
Os dados mencionados acima fazem parte da pesquisa “A Verdade sobre a Beleza”, realizada pela marca Dove. E, apesar de não ter ligação direta com a Dismorfia Corporal, ou Dismorfofobia como também é conhecida, devemos enxergá-los como um alerta.
Não há nada demais em querer turbinar os seios, reduzir flacidez, tirar uma ruga… Ou seja, mudar algo que nos incomoda. As cirurgias plásticas de caráter reparador ou estético podem proporcionar muitos benefícios. E não apenas na nossa aparência, mas também na nossa autoestima.
O problema é quando a insatisfação com o espelho vira uma obsessão. Passamos a maior parte do tempo sofrendo por vergonha do nosso corpo e fazendo loucuras para corrigi-lo.
O que é Dismorfia Corporal?
A Dismorfia Corporal é um transtorno psicológico caracterizado pela visão distorcida que uma pessoa tem do seu próprio corpo.
Em entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan, a Daiane Garbin explica a dismorfia como uma “feiura imaginária”. “A pessoa encana com alguma parte do corpo ou do rosto e, realmente, se acha muito feia. Tem pessoas que relatam que se acham uns monstros quando se olham no espelho”, acrescenta.
O problema costuma estar associado à baixa autoestima e serve como um facilitador de outras doenças, como depressão, bulimia e anorexia.
Estar um pouco acima do peso, ter os braços mais grossos, manchas na pele… Esses são apenas alguns exemplos de fatores que podem causar o Distúrbio de Imagem Corporal. Ao ter a doença, a pessoa acredita que todo mundo percebe e fica olhando para “aquele defeito”.
Em casos mais graves, quem sofre com o transtorno se isola totalmente. Isso porque, no geral, tendem a evitar encontros sociais.
Como identificar dismorfia corporal?
Não há um perfil específico de pessoa ou exames laboratoriais ou de imagem, que possam identificar esse transtorno de imagem. Além disso, quem sofre com a dismorfia não tem nenhum problema sério de aparência, como deformações ao longo do corpo.
Mas e aí, como diferenciar uma pessoa muito vaidosa de quem tem a doença?
Um bom indicador é quando alguém, mesmo após fazer algumas cirurgias plásticas, continua insatisfeito com seu corpo. Além de, normalmente, ter expectativas irreais quanto ao resultado da próxima intervenção.
A pressão social pelo corpo perfeito é um dos principais causadores do transtorno dismórfico corporal. E, essa é uma doença crônica, ou seja, pode durar por anos e até pela vida inteira da paciente.
Mas há tratamento! É importante que ele seja feito por uma equipe multidisciplinar, composta por um psiquiatra e um psicoterapeuta.
Cada caso exige análise, mas no geral, a paciente é tratada com sessões de terapia e medicação antidepressiva.
O ideal é passar com um terapeuta experiente no atendimento de quem tem Distúrbio de Imagem Corporal, também conhecido pela sigla TCD. Profissionais acostumados a tratar pacientes com outros transtornos, como alimentares e TOC também são boas sugestões.
No caso das medicações, você deve usar apenas com prescrição médica, pois algumas podem causar efeitos colaterais.
O fato de a nossa aparência ter grande importância social e emocional não ajuda. Mas os padrões de beleza são mutáveis, o que não muda é a influência deles na autoestima feminina.
Há 10 anos qualquer sobrepeso era motivo para cirurgias bariátricas ou redução do estômago. E, não estamos falando de Obesidade, que é uma doença capaz de aumentar o risco para várias enfermidades.
A ditadura da magreza era feroz, mas aos poucos essa página é virada. Estamos numa fase de transição de conscientização.
Conforme já mencionamos, não há problema nenhum em preocupar-se com sua aparência. Pelo contrário, isso faz bem para você, eleva sua autoestima, confiança…
Precisamos ficar atentos aos excessos, principalmente quando a busca por mudar um aspecto físico vira uma obsessão, surgindo o Distúrbio de Imagem Corporal.
Fonte: Dream Plastic