Médicos explicam quais pessoas podem fazer a cirurgia bariátrica.
Veja os principais procedimentos e os prós e contras deles.
Metade das pessoas obesas que fazem redução de estômago volta a engordar parcialmente, e 5% ganham todo o peso de novo. Por isso, não adianta apenas se submeter à cirurgia bariátrica: é preciso mudar de hábitos e manter uma reeducação alimentar para o resto da vida.
A operação também deve ser a última alternativa para quem precisa emagrecer – seja por obesidade mórbida ou por doenças associadas ao excesso de peso. Ao contrário do que muita gente pensa, o estômago de indivíduos gordos não é maior nem mais elástico que o dos magros.
Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern e o cirurgião bariátrico Marco Aurélio Santo, a redução de estômago não faz milagres e envolve riscos, além de eventuais complicações no pós-operatório, como todo procedimento de alta complexidade.
Após a cirurgia, estudos apontam uma perda média de 60% do peso original, que costuma ocorrer em até um ano e meio. A pessoa passa a sentir menos fome, pois a operação mexe com hormônios como a grelina, que regula essa vontade de comer. Em 85% dos casos, quem tem diabetes tipo 2 também deixa de manifestar a doença.
Esse tipo de operação é praticado no Brasil há 20 anos, e cada vez mais há pacientes que passam por ele – o país já é o segundo no mundo em número de pacientes.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, 60 mil procedimentos foram realizados em 2010 no país, um aumento de 33% em relação a 2009. Desse total, 35% foram por videolaparoscopia, que é menos invasiva (com 5 ou 6 incisões milimétricas no abdômen) e já coberta pelos planos de saúde. No Sistema Único de Saúde (SUS), geralmente é feita a cirurgia aberta, que faz um corte maior na barriga.
Tipos de cirurgia e consequências
Há basicamente três tipos de bariátrica: a que apenas reduz o estômago, a que diminui e modifica um pouco o curso do intestino e a que reduz e altera muito o curso intestinal. Esse desvio permite que o intestino absorva menos gordura, além de estimular a produção de hormônios que diminuem a fome e melhoram a diabetes.
Há basicamente três tipos de bariátrica: a que apenas reduz o estômago, a que diminui e modifica um pouco o curso do intestino e a que reduz e altera muito o curso intestinal. Esse desvio permite que o intestino absorva menos gordura, além de estimular a produção de hormônios que diminuem a fome e melhoram a diabetes.
Os médicos destacaram alguns possíveis efeitos da operação, como anemia, perda de cabelo e gases. Também pode ocorrer o chamado “dumping”, um mal-estar quando é ingerido muito líquido ou alimento de uma vez só. Por isso, é preciso engolir em pequenos goles e mastigar bem a comida. Além disso, a quantidade de água consumida deve ser suficiente para deixar o xixi bem clarinho, destacou Halpern.Nas primeiras duas ou três semanas, o paciente deve bebericar, a cada meia hora, cerca de 100 ml de líquidos, como água, chá, gelatina, água de coco, isotônico e caldos caseiros de carne e frango, sem resíduos. Passada essa fase, entram pequenas quantidades de macarrão, carne moída, purê e outros alimentos pastosos.
Ter sucesso na cirurgia bariátrica significa, após 5 anos, ter perdido pelo menos metade do excesso de peso. Por exemplo, uma pessoa de 100 kg cujo patamar ideal é 60 kg precisa estar com até 80 kg. Para indivíduos com índice de massa corporal (IMC) entre 35 e 40, o sucesso é de 90%. Para IMCs maiores, a taxa cai para 70%.
É importante tomar cuidado especial com os carboidratos (pães, massas e doces), que são facilmente absorvidos e digeridos, mesmo pelos operados. Gorduras e proteínas também devem ser evitadas.
As complicações mais graves dessa cirurgia são os sangramentos (2% dos casos), infecções, vazamentos de costuras, embolia pulmonar e hérnias. Também pode haver obstrução intestinal, mesmo depois de muito tempo da operação.
Durante pelo menos 18 meses, é possível ficar com sobras de pele. Esse é o prazo para perder peso e fazer uma cirurgia plástica.
Para realizar a bariátrica, certifique-se de que seu médico é um cirurgião com formação específica e verifique se a equipe dele inclui endocrinologista, nutrólogo ou nutricionista e psiquiatra ou psicólogo.
No hospital, são necessários um anestesista, um fisioterapeuta e uma equipe de enfermagem. O hospital também precisa ter uma unidade de terapia intensiva (UTI) para eventuais emergências.
Outros cuidados
– Precisa haver a compreensão do paciente e dos familiares sobre os riscos da cirurgia e também mudança de hábitos
– Precisa haver a compreensão do paciente e dos familiares sobre os riscos da cirurgia e também mudança de hábitos
– O acompanhamento pós-operatório deve ser feito com uma equipe multidisciplinar, a longo prazo
– A cirurgia não é milagrosa: a obesidade é uma doença crônica e deve ser controlada a vida inteira
Dados brasileiros
– Segundo o IBGE, até 2010 havia 12,5% dos homens adultos com obesidade e 16,9% das mulheres
– Segundo o IBGE, até 2010 havia 12,5% dos homens adultos com obesidade e 16,9% das mulheres
– A incidência é maior entre homens de 45 a 54 anos e mulheres de 55 a 64 anos
– O excesso de peso e a obesidade atingem de duas a três vezes mais homens de maior renda, em áreas urbanas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste
Possíveis consequências da cirurgia
– Fraqueza
– Anemia
– Queda de cabelo
– Dificuldade para ingerir grandes quantidades de líquido e comida
– Excesso de pele, que pode ser corrigido com cirurgia plástica
– Fraqueza
– Anemia
– Queda de cabelo
– Dificuldade para ingerir grandes quantidades de líquido e comida
– Excesso de pele, que pode ser corrigido com cirurgia plástica
Fonte:G1/Bem Estar