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Cientistas criam tecido cardíaco humano que bate como um coração de verdade

Órgãos humanos criados em laboratório estão, aos poucos, deixando de ser ficção. Ontem vimos como cientistas estão criando mini-rins e fígados através da impressão 3D; agora, um novo estudo – publicado na revista Nature – dá mais esperança para o futuro dos transplantes de órgãos.
Pela primeira vez, uma equipe de pesquisadores conseguiu produzir, em laboratório, o tecido do coração humano – e ele pulsa de forma totalmente autônoma.
Para isso, eles usaram células-tronco e uma estrutura de coração. Com um pouco de ciência, ao entrarem em contato com tal estrutura, essas células se transformam em tecido cardíaco.
Células-tronco
Os pesquisadores começaram com células iPS (células-tronco pluripotentes induzidas). Elas são um tipo de células-tronco, ou seja, podem se transformar em partes específicas do corpo, como ossos, nervos e músculos – incluindo o coração.
As células iPS, no entanto, são criadas artificialmente: elas começaram como células da pele humana, e foram “reprogramadas”. Depois, elas foram induzidas a virarem células MCP (progenitoras cardiovasculares multipotentes). Elas podem se transformar nas células que formam o coração. Mas como?
Para isso, os pesquisadores usaram um coração de camundongo… sem células. Isso mesmo: sobrou apenas a estrutura-base do coração. Depois, eles inseriram as células MCP.
Coração reconstruído
Aí acontece a parte impressionante: a estrutura do coração “pode enviar sinais para orientar as MCPs a se tornarem células especializadas para a função cardíaca”, diz o pesquisador sênior Lei Yang, Ph.D. e professor assistente de biologia do desenvolvimento na Universidade de Pittsburgh (EUA).
Depois de várias semanas, o coração do rato foi totalmente reconstruído com as células humanas. Não só: ele começou a funcionar sozinho, a uma taxa de 40 a 50 batimentos por minuto.
Isto é certamente uma realização incrível, mas o coração ainda não chegou ao nível de eficácia para o corpo humano, que (em repouso) requer 60 a 100 batimentos por minuto. Ainda assim, dado que uma pessoa morre de doença cardíaca a cada 34 segundos, este é mais do que motivo suficiente para comemorar.
E temos razões para acreditar que, um dia, num futuro não muito distante, reparar um coração severamente danificado pode ser tão fácil quanto tirar uma biópsia simples de pele e criar o tecido cardíaco.

Fonte: [Nature via The Verge]

beijos, Fran
12/09 2013
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