A insatisfação é uma constante na vida do ser humano. Uma pesquisa realizada pela Nielsen em 56 países, com 25 mil homens e mulheres de diferentes faixas etárias, comprovou essa máxima. Só no Brasil, a pesquisa revelou 62% de pessoas insatisfeitas com o próprio corpo. Para suprir essa insatisfação, muitas pessoas voltam as suas atenções para a cirurgia plástica. Mas, para se submeter ao bisturi, a mente e o corpo devem estar preparados. De acordo com o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco, o organismo é capaz de se recuperar mais rápido e melhor com uma intervenção nutricional.
Segundo o especialista, a intervenção nutricional age de forma benéfica na evolução do pós-operatório e o acompanhamento deve começar antes da realização da cirurgia e continuar, pelo menos, até o término da recuperação. Ele explica, ainda, que as orientações nutricionais têm como base hábitos saudáveis e que contribuem para a qualidade de vida e para a saúde em geral. “A alimentação pode melhorar ou piorar a recuperação, tudo depende da postura do paciente em relação a sua própria saúde. Vícios, como o tabagismo e o alcoolismo, e o sedentarismo também são prejudiciais para qualquer intervenção cirúrgica, especialmente, no pós-operatório. Cada detalhe pode fazer a diferença”, disse o membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Para ter um pós-operatório sem complicações é preciso evitar a ingestão de determinados alimentos. “Além de uma dieta equilibrada, com a quantidade certa de cada nutriente que o corpo carece, o indivíduo deve levar em consideração a qualidade do que está sendo consumido. Os alimentos provenientes de fontes seguras trazem mais benefícios”, ressalta.
No pré-operatório, a alimentação é importante devido à necessidade de controlar o metabolismo e o apetite. A ansiedade também faz com que o paciente sinta vontade de comer em excesso, tornando essencial um acompanhamento nutricional. “Para que os resultados da plástica se mantenham, o paciente tem que adquirir um estilo de vida mais saudável. Sem uma alimentação correta, o corpo pode voltar à forma física anterior”, afirma.
Os pacientes devem passar longe dos embutidos como presunto, salsichas e salames; dos molhos prontos utilizados em saladas e no preparo das refeições, como o molho de tomate e o shoyo; e dos alimentos enlatados, como milho e ervilha. “A adição de sal na hora de fazer a comida deve ser moderada, afinal, muitos alimentos já possuem sódio, que é responsável pela retenção de líquido, podendo deixar o corpo inchado”, esclarece o especialista.
Os melhores alimentos para antes e depois da plástica são os alimentos ricos em vitamina C, como o espinafre, brócolis, tomate, pimentão e frutas cítricas – como a laranja, morango, acerola, abacaxi e limão. A ingestão de, no mínimo, oito copos de água por dia, é primordial. “Estes alimentos proporcionam benefícios para o sistema imunológico, contribuem para a cicatrização, estimulam a produção de colágeno, combatem os radicais livres e previnem o envelhecimento precoce. A água hidrata e reduz a retenção de líquidos”, acrescenta.
Em muitos casos, o paciente é orientado a perder peso antes da operação plástica e a reeducação alimentar é responsável pela manutenção do peso corporal. “Nenhuma cirurgia plástica tem como pretensão o emagrecimento. O objetivo é modelar o corpo e diminuir as medidas. A perda de peso é apenas uma consequência, já que a gordura retirada influencia os ponteiros da balança. Mesmo assim, a quantidade não é significante”, explica.