Este é um assunto muito delicado pois sei o quanto é difícil para a mulher que fuma abandonar o vício. Falo aqui para mulheres, pois vocês são o meu foco, já que meu público é feminino.
Nas últimas décadas o número de tabagistas diminuiu substancialmente, porém ainda atendo muitas pacientes que querem fazer uma cirurgia plástica mas não conseguem parar de fumar.
Sempre digo: “Diminua o máximo possível, pois já sei que parar definitivamente requer muito tempo e força de vontade ”. Assim me livro dos falsos “parei sim, doutora! ” risos .
Vou tentar explicar de forma bem simples o que acontece com o fumante, com o passar dos anos, somente no que diz respeito à cicatrização.
O cigarro tem efeito maléfico aos vasos sanguíneos, levando à destruição em primeiro lugar dos vasos mais finos, que são os principais responsáveis pela nutrição sanguínea da nossa pele. Uma vez que este sistema micro circulatório esteja danificado, não temos mais como reverter esta situação. Por isso, pacientes que fumaram por longos períodos de suas vidas mesmo após parar (ex tabagistas) deverão seguir algumas orientações e nunca deixar de comunicar ao seu médico assistente que já foi tabagista mesmo há 20 anos atrás, porque as lesões causadas não regridem embora não venham surgir novas lesões.
Para minhas pacientes tabagistas ou ex tabagistas (expostas ao cigarro por longo período de tempo) e também para pacientes tabagistas passivas, ou seja, aquelas que convivem com pessoas que fumam por muito tempo, indico tratamentos pré e/ou pós operatórios diferenciados, estes são cuidados específicos importantes.
Por exemplo:
– Sessões de Oxigênio Terapia ou Terapia Hiperbárica: Tratamento realizado preventivamente, nestes casos, com oxigênio 100% em clínicas especializadas. Conseguimos assim oxigenar os micro vasos preparando para o procedimento cirúrgico e após o procedimento ajudando que o O2 continue chegando à pele.
-Medicamentos vasodilatadores como a Pentoxifilina que por promoverem dilatação dos vasos periféricos, também auxiliam na oxigenação.
-Preparo respiratório em casos de cirurgias abdominais.
Estes são alguns exemplos, que é claro, podem variar de um caso para outro dependendo de vários fatores.
Fonte: Dra Fabiana Valera