Entidade médica dos EUA afirma que um em cada
quatro pacientes desiste ou adia a cirurgia porque
tem receio de ser anestesiado
Rachel Costa
É fato que nas últimas décadas a medicina tem buscado meios para aperfeiçoar os procedimentos com o objetivo de reduzir o risco de complicações. Nessa tarefa, registrou grandes avanços. “Um ponto frágil que nos restava, porém, era conseguir mais eficácia na reversão do efeito de bloqueio muscular”, diz o médico Irimar de Paula Posso, da Divisão de Anestesia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e do Hospital Israelita Albert Einstein, ambos na capital paulista. Esse empecilho, todavia, foi superado com a chegada do sugamadex sódico ao mercado. Ainda em análise pelo FDA (órgão regulador americano), o medicamento já faz parte da rotina dos médicos no Brasil e em países da Europa, onde já foi aprovado.
Durante a anestesia geral buscam-se quatro tipos de bloqueio na percepção do paciente: que ele não se lembre do procedimento, que durma durante a operação, que não sinta dor e que esteja com os músculos relaxados. “Nos últimos anos, as medicações usadas foram aperfeiçoadas. Houve progressos nos remédios para os três primeiros efeitos”, lembra Irimar. Faltava uma opção mais rápida para reverter o relaxamento muscular. Até o lançamento do sugamadex, eram usados os chamados anticolinesterásicos. “Contra eles pesa o maior risco de efeitos colaterais e a reversão incompleta ou o retorno da ação dos bloqueadores”, explica Nádia Duarte, presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia.
“Nos últimos anos, as medicações usadas
nos procedimentos foram aperfeiçoadas”
Irimar de Paula Posso, da Divisão de Anestesia do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da USP e do Hospital Albert Einstein (SP)