Cientistas do Centro Médico do Hospital Wake Forest, na Carolina do Norte, apresentaram os resultados de uma pesquisa pioneira. A partir do tecido de vaginas de algumas mulheres, a equipe construiu moldes biodegradáveis implantados em quatro meninas que nasceram sem órgãos sexuais. As pacientes tinham casos extremos da Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MKRH), uma doença que impede a mulher de ter ciclos menstruais ou relações sexuais.
“Este estudo piloto é o primeiro a demonstrar que os órgãos vaginais podem ser construídos em laboratório e usados com sucesso em seres humanos”, disse Atlantida-Raya Rivera, autor e diretor do Laboratório de Engenharia Tecidual HIMFG. “Pode ser uma nova opção para os pacientes que necessitam de cirurgias de reconstrução de vagina. Além disso, esse é mais um exemplo de como as estratégias de medicina regenerativa podem ser aplicadas a uma variedade de tecidos e órgãos”, completa. De acordo com a pesquisa, o tratamento também pode ser aplicado a pacientes com câncer vaginal ou que sofreram outros tipos de ferimentos.
Após o recolhimento das amostras do tecido muscular, os pesquisadores escanearam as imagens e a partir delas criaram um molde em 3D sob medida para cada paciente. Os moldes com as células foram mantidos em uma incubadora, que fica em um local específico para a fabricação de tecidos humanos. Dessa forma, os moldes podem alcançar o tamanho desejado e depois ser implantados com cirurgia em cada uma das pacientes.
Cerca de cinco a seis semanas após a biópsia das amostras coletadas, os cirurgiões criaram um canal na pélvis das pacientes, uma espécie de “andaime” para estruturas reprodutivas. O laboratório de Rivera mostrou que uma vez que esses “andaimes de células” são implantados no corpo, nervos e vasos sanguíneos se formam e as células se expandem em forma de tecido.
Veja como foi feito o material:
Fonte: Revista Super Interessante