Complicações podem surgir se o tamanho for inadequado
POR ANA MARIA MADEIRA
Seios grandes e firmes: o implante de silicone é tentador pra boa parte das mulheres. No entanto, muitos são os cuidados que essa cirurgia demanda. De acordo com a Associação Brasileira de Cirurgia Plástica, 21% das cerca de 460 mil cirurgias estéticas realizadas no ano passado foram de aumento de mama. Recentemente, a brasileira com os maiores seios do país, Sheyla Almeida Hershey (3,5 litros em cada um), sofreu complicações com uma infecção causada na mais recente das 30 cirurgias que ela já fez ao longo da vida para aumentar as próteses.
As medidas avantajadas de Sheyla impressionam, mas a preferência por implantes mais volumosos é uma tendência entre a ala feminina. Uma pesquisa do Ibope realizada com médicos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica confirma o que podemos observar por aí: o tamanho da prótese escolhida pelas mulheres está cada vez maior. Segundo o levantamento, a prótese de silicone mais usada atualmente é a de 300 ml, no começo da década, a mais popular era a de 250 ml e nos anos 90, era a de 190 ml.
“É muito comum chegarem para a consulta desejando um volume semelhante ao da amiga, que ficou bom, mas nem sempre cairá bem em outro corpo”, diz a cirurgiã plástica Luciana Pepino. Antes de escolher a prótese e decidir aumentar muitos números do sutiã de uma vez só, há duas questões principais a serem observadas: as novas formas devem permitir que você se sinta confortável em todas as ocasiões, seja numa festa, na praia ou no trabalho.
O segundo envolve se imaginar com a prótese em um futuro mais distante. “As pacientes mais jovens, principalmente, são as que optam por implantes maiores para conquistarem um decote mais generoso. O que muitas esquecem é que a moda é passageira, mas o envelhecimento não é”, alerta. “Devemos pensar, por exemplo, se com 50 anos, ainda vamos gostar desse visual”, diz.
Riscos
“Assim como toda cirurgia, o implante de silicone tem possíveis riscos e complicações, que mesmo sendo raras, devem ser explicadas ao paciente”, diz o cirurgião plástico Ubirajara Freitas Guazzelli. Riscos de hematoma (sangramento), infecção, contratura de cápsula, deslocamento da prótese, cicatrizes hipertróficas ou queloides, perda da sensibilidade, choque anafilático e morte são raros, mas existem. Além disso, há o problema do surgimento de estrias.O silicone não é indicado para pacientes que apresentam alguma doença imunológica, mais pelas consequências cirúrgicas que pode trazer do que pelo material em si. Também não há nenhum problema em colocar as próteses de silicone nos seios e engravidar. O silicone não impede ou atrapalha a amamentação. As próteses são colocadas abaixo das glândulas mamárias.
Além do silicone
Se a flacidez é o maior problema para você, o silicone talvez não dê o resultado esperado. “Próteses colocadas em mamas flácidas têm grandes chances de virar mamas grandes e flácidas depois de alguns meses, pois a função da prótese é preencher um tecido vazio e, se existe flacidez, é necessário que a mulher faça primeiro uma plástica para levantar seios flácidos, cuja função é a retirada da pele excedente para promover o levantamento das mamas”, diz a cirurgiã plástica Luciana Pepino. Neste caso, se ela ainda desejar, a prótese pode ser colocada no mesmo ato cirúrgico ou depois, ficando a critério do médico e da paciente.
Fonte:minhavida