O fundador da empresa Poly Implant Prothese (PIP), Jean-Claude Mas, deixa a corte de Marselha, na França, após ser condenado a quatro anos de prisão por comercializar implantes com silicone industrial. Seus produtos foram usados por cerca de 300 mil mulheres ao redor do mundo.
O escândalo das próteses mamárias PIP foi descoberto em março de 2010. A empresa utilizava um gel de silicone não homologado para uso médico em vez do gel Nusil autorizado e que a empresa declarava utilizar.
A Justiça francesa condenou nesta terça-feira (10) Jean-Claude Mas, fundador da empresa PIP, a quatro anos de prisão por ter vendido durante anos próteses mamárias fraudulentas, no primeiro julgamento por este escândalo cujo número de vítimas, muitas delas latino-americanas, chega a milhares em todo o mundo.
O tribunal correcional de Marselha (sul da França) condenou os outros quatro acusados neste julgamento por fraude, todos ex-diretores da empresa, a entre 18 meses de prisão e três anos, em parte condicionais.
Jean-Claude Mas, 74, permaneceu impassível no anúncio do veredicto. Também foi condenado a pagar 75 mil euros de multa e a uma proibição definitiva de atuar no setor médico e de dirigir empresas.
O último balanço da Agência francesa de Produtos Médicos (ANSM) informa sobre mais de 7.500 rupturas de próteses e 3.000 efeitos indesejáveis, principalmente reações inflamatórias.
Calcula-se que 30.000 mulheres na França utilizam próteses PIP, além de outras centenas de milhares no mundo, muitas delas latino-americanas.
À fraude da PIP soma-se a ineficácia das inspeções da empresa alemã de controle TUV e o alerta tardio da ANSM. Ambas se declararam demandantes neste processo.
Em um julgamento paralelo, as vítimas alcançaram uma primeira vitória. O tribunal de comércio de Tolón (sul da França) decidiu em novembro contra a TUV, que era responsável pela certificação de qualidade das próteses, ao considerar que “não cumpriu com suas obrigações de controle”, e condenou a empresa a reparar os prejuízos causados.
Fonte: Uol notícias