Pré-Operatório completo
Um bom preparo proporciona um pós-operatório muito mais tranqüilo. Algumas recomendações úteis para passarmos para nossas clientes no pré-operatório:
1- Alimentação sadia, balanceada, com ingestão suficiente de líquidos (1,5 a 2 litros ao dia);
2- 48 horas antes do ato cirúrgico, não ingerir carnes vermelhas, laticínios e verduras que causem flatulência (couve-flor, repolho, brócolis, entre outras). Desta forma, o metabolismo será facilitado. No pós-operatório, continuar com estas restrições por mais 15 dias;
3- Eliminar o fumo pelo menos 1 mês antes da cirurgia para evitar problemas de cicatrização. O fumo causa alterações vasculares, além de problemas no sistema respiratório;
4- Não fazer uso de medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (tipo aspirina), bem como antiinflamatórios, pois os mesmos podem causar problemas na coagulação sangüínea;
5- Geralmente, 15 dias antes da cirurgia, o médico prescreve medicamentos homeopáticos ou fitoterápicos que favorecem a circulação sangüínea, evitando-se, assim, as equimoses. Estes medicamentos poderão ter seu uso continuado por mais 15 dias no pós-operatório;
Equimose: mancha roxa que resulta do extravasamento de sangue no tecido celular.
Hematoma: tumor sangüíneo causado pela ruptura de vasos após o traumatismo.
6- O médico tem recursos para avaliar a possibilidade ou não de desenvolvimento de cicatrizes hipertróficas ou também de quelóides, provavelmente observando outras cicatrizes ou pelo relatório dado pelo (a) paciente. Pessoas de raça negra e amarela têm maior predisposição a formar cicatrizes hipertróficas ou quelóides.
7- No dia da cirurgia, ter as unhas sem esmalte para que o médico anestesista possa observar alterações circulatórias.
Protocolo Pré-Operatório
O profissional em estética inicia o pré-operatório com:
– Gommage para reduzir a espessura da pele;
– Drenagem linfática manual para deixar livre os caminhos que a linfa percorre;
– Uso de microcorrentes para manter a membrana dos fibroblastos em ação, favorecendo a formação de elastina e colágeno;
– Utilização de corrente russa ou outros estimuladores musculares com o objetivo de melhorar o tônus muscular;
– Iontoforese de elastina, colágeno, uréia e ácido hialurônico;
– Todos os demais recursos que dispomos para que a pele esteja limpa, hidratada, elástica, flexível e nutrida, garantindo, assim, o sucesso no pós-operatório.
Detalhes Importantes
Devemos aconselhar que a cliente não se exponha ao sol e nem faça bronzeamento artificial. Não é recomendável tingir ou descolorir os cabelos, pelo menos uma semana antes da cirurgia. No pré-operatório, e principalmente no pós-operatório imediato, a cliente deverá estar livre de jóias e roupas íntimas sintéticas. Devemos lembrá-la de utilizar somente sabonete anti-séptico para seus banhos durante 3 dias antes do ato cirúrgico. O jejum, normalmente, é de 9 horas.
Problemas no Pós-Operatório
Quando nossa cliente retorna para nossos cuidados no pós-operatório, após a liberação do médico, veremos, de um modo geral, os sinais que nos indicam se estamos frente a um pós-operatório problemático. São eles:
a- Presença de calor, rubor ou dor no local da operação cirúrgica significa que estamos frente a um abscesso, ou seja, um quadro inflamatório e/ou infeccioso.
Atitude: Entrar em contato com o médico e informar esta ocorrência, reencaminhando o (a) cliente de imediato para seu consultório. O médico esvaziará esse abscesso e provavelmente estrará com antibióticos.
b- Deiscência dos pontos cirúrgicos Frente à abertura natural ou espontânea da sutura, nossa atitude será idêntica: falar com o médico e reencaminhar o (a) cliente ao seu consultório.
c- Formação de fibrose é a formação de tecido fibroso, onde as fibras colágenas estão engrossadas no local da cicatriz operatória ou dos locais percorridos pela cânula de lipoaspiração, ou seja, nos locais agredidos pelo ato operatório.
Atitude: Drenagem linfática manual vibratória e superficial para poder identificar os locais afetados e a gravidade do quadro. Uso do ultra-som pulsátil para ajudar a liquefazer estas formações.
d- Seroma São depósitos de líquidos de tipo claro, crítico, parecidos com o plasma, que se formam entre o músculo e o tecido subcutâneo.
Atitude: Identificado este sinal, encaminhar a pessoa ao médico, pois provavelmente será necessário aspirar estes líquidos.
e- Irregularidades cutâneas pós-lipoaspiração Uma das causas é a retirada exagerada e inadequada de gorduras em locais determinados. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica recomenda que a retirada total de gorduras não exceda a 5 % do peso total do paciente, em torno de 3,5 a 4 litros.
Atitude: Se estivermos à frente de um leve quadro de irregularidades cutâneas, faremos drenagem linfática manual vibratória superficial e ultra-som pulsátil. Caso seja um quadro importante de irregularidades cutâneas, encaminhar o paciente ao seu médico para que ele preencha estas depressões.
f- Discromias persistentes por peelings químicos, cirúrgicos ou mecânicos
Tratando-se de hipercromias, o médico tratará com substâncias clareadoras após a cicatrização. No entanto, no caso das hipocromias (ausência de cor), o recurso será uma dermopigmentação para camuflar estas lesões.
g) Rejeição de Próteses:
O organismo, como defesa natural, forma uma cápsula fibrosa em torno da prótese. Torna-se uma complicação pós-operatória quando se produz um endurecimento e retração da cápsula protetora. Atitude 1 – Encaminhar a pessoa ao médico, que determinará se retira a prótese com a abertura dessa cápsula para solucionar o problema de retração do tecido;
2 – Se o médico optar por não retirar a prótese, nós utilizaremos o ultra-som pulsátil em diferentes intensidades para diminuir o grau de encapsulamento da prótese e amolecimento do tecido fibroso. Logo em seguida, faremos drenagem linfática manual vibratória superficial e manobras que permitam aliviar a sensação de intumescimento das mamas, glúteos ou região correspondente. Estimular a circulação periférica e oxigenar os tecidos, favorecendo, assim, a cicatrização.
Essas manobras são realizadas para distender a cápsula que se forma ao redor da prótese e, assim, aliviar as contraturas.
As próteses modernas para mama são revestidas de uma espuma de poliuretano rugoso, que diminui os riscos de contratura capsular. Geralmente, nesses casos, o médico faz infiltrações de corticóides.
h) Aderências Cicatriciais: é o crescimento acelerado e desorganizado de fibras no local interno da cirurgia, unindo tecidos que normalmente deveriam estar separados.
Atitude: usar alta freqüência, compressas geladas com arnica, drenagem linfática manual desobstrutiva para liberar essas aderências e uso de fitas de silicone para comprimir a cicatriz.
i) Linfoadenopatias: são os enfartamentos ganglionares, geralmente acompanhados de edema, dor, eritema e febre. Nesse caso, está contra-indicada a drenagem linfática. Devemos encaminhá-lo (a) para seu médico imediatamente.
j) Problemas na cicatrização: As cicatrizes demoram de três meses a um ano para completar seu processo. Pessoas de raça negra ou amarela têm maior predisposição à formação de cicatrizes hipertróficas e quelóides.
Cicatriz hipertrófica: trata-se de uma má cicatrização. Pode ser resultante de um excesso de tensão após esticar muito a pele, ou também quando o corte está fora da linha natural da pele (é comum no joelho, cotovelo e articulações). A tendência é involuir e ficar espalhada como uma estria.
Atitude: 1) No 15º dia, mais ou menos, do pós-operatório, quando percebemos o engrossamento e o escurecimento da cicatriz, o profissional de estética usará alta freqüência, drenagem linfática, colágeno, regenerador celular, ultra-som e placas de silicone, em dias alternados.
2) Se após dois meses o profissional observar que não está ocorrendo uma boa evolução do quadro, deverá encaminhar o (a) paciente para o médico responsável.
Quelóide: é um tipo de tumor benigno onde as cicatrizes invadem as áreas vizinhas. É causado pelo aumento exagerado de fibras colágenas. O médico geralmente faz infiltrações de corticóides, alguns tipos de laser ou placas de silicone.
Atitude: Peelings suaves, alta freqüência, colágeno, regenerador celular e ultra-som sobre a cicatriz, em dias alternados, durante dois meses. Se o caso não ceder, encaminhar (o) a paciente para análise do médico responsável. Em ambos os casos, recomendar ao nosso cliente que não se exponha ao sol durante três meses e que também observe a evolução da cicatriz no que diz respeito a ardor, coceira ou crescimento.
FONTE:belezain/estetica