Manual do silicone: tudo o que você precisa saber sobre prótese
Quer turbinar o seio? Então veja todos os cuidados necessários que devem ser tomados antes e depois da cirurgia de prótese de silicone
Veja quais são os cuidados que devem ser tomados antes de investir no silicone nos seios
Considerado um dos pontos mais delicados da cirurgia de implante de prótese de silicone, o tamanho da prótese a ser escolhida depende de vários aspectos. “Primeiramente, a paciente deve ter uma conversa aberta com seu cirurgião, que vai tirar todas as dúvidas sobre a cirurgia, avaliará seu perfil físico, psicológico, cicatrização e principalmente a proporcionalidade de suas formas. O cirurgião também realizará várias fotos pré-operatórias e mostrará diversos resultados de cirurgias de implante de prótese de silicone antes/depois, de modo a orientá-la bem nessa delicada escolha. Por fim, ele deve sempre respeitar o desejo da paciente, ou seja, a decisão deve ser de certa forma democrática, porém com limitações, tentando sempre alertar a paciente quanto a possíveis exageros”, diz Alexandre Barbosa, cirurgião plástico e membro da SBCP (SP).Deve-se tomar cuidado para não cruzar a tênue linha que separa a normalidade estética do exagero e da artificialidade. Helio Caprio explica que é possível simular como será o aspecto dos seios com o tamanho de prótese escolhido pela paciente com o simulador virtual 3D e-stetix.Um bom tamanho de prótese de silicone é aquele que mais se harmoniza com a silhueta e o contorno corporal da paciente, de modo que ninguém seja capaz de perceber que se trata de uma prótese de silicone, dando naturalidade ao resultado.
“Tiramos três fotografias da paciente e as enviamos ao site. As imagens são manipuladas e enviadas de volta já com o aspecto esperado e o volume escolhido. Tudo é feito online”, afirma o médico. Segundo ele, a vantagem do simulador é que as imagens são diversificadas, e as pacientes aparecem com diversos tipos de roupas. “São dadas várias opções: com vestido, blusa decotada, biquíni, e até sem roupa. É um recurso que pode dar mais segurança na hora de decidir sobre o tamanho da prótese”, explica.
Quando o corpo rejeita o siliconeA evolução do silicone foi essencial para reduzir os casos de vazamento e de contratura capsular. A contratura nada mais é do que uma reação natural do organismo para se defender. “Formada ao redor da prótese pode ficar dura e contrair o implante, alterando a forma da mama”, explica Alexandre Barbosa.
As primeiras próteses de mama de silicone fabricadas tinham a superfície lisa, que possui o maior índice de contratura capsular, por isso a cada cem implantes realizados, um ficava duro. A partir de meados dos anos 1970 surgiram as próteses de espuma de poliuretano, o que fez que o endurecimento caísse na proporção de um a cada mil.
Até os anos 1990, as próteses entre 120 ml e 140 ml eram as mais procuradas. Na última década, a média ficou em torno de 200 ml e 250 ml. Agora, a de 305 ml é a que mais sai. Dados da Silimed (empresa de próteses de silicone).E, finalmente, na década de 1980 surgiram os implantes de prótese de silicone texturizadas, em uma tentativa de imitar o efeito rugoso da espuma de poliuretano. “Hoje, a chance de encapsulamento da prótese é mínima, menos de 1%. Mas é bom que a paciente seja alertada que qualquer prótese pode ser rejeitada pelo organismo”, alerta Rogério Schutzler Gomes, cirurgião plástico e membro titular da SBCP (SC).
Questão de toqueAlém do formato e do tamanho, agora já é possível definir também a consistência das próteses de silicone. Segundo Helio Caprio, cirurgião plástico e membro titular da SBCP (RJ), as próteses mais antigas eram líquidas demais, ofereciam perigo de vazamento e faziam dobras. Hoje é possível contar com três tipos de recheios.
“O de densidade 1 é mais macio e com maior mobilidade sob o seio. O intermediário, conhecido também como soft touch, é discretamente mais firme. O 3 é altamente coesivo, mais usado em casos em que a própria firmeza da prótese ajuda a esculpir a mama”, explica.
Vale lembrar que a escolha da consistência da prótese leva em conta o tipo de pele da paciente. “Se o desejo é ter seios mais exuberantes, o ideal é o do tipo 1, que aumenta o volume e mantém o balanço. Se a intenção é turbinar mamas flácidas, o mais indicado é o do tipo 2, que vai dar mais firmeza. Já para casos de assimetria ou reconstrução mamária, o ideal é o terceiro, desenvolvido para preencher implantes anatômicos”, exemplifica o especialista.