Gastroplastia (cirurgia bariátrica) sem plásticas

Lembro de quando aos 25 anos comecei a engordar e não me dei conta que um dia isso iria me prejudicar e muito.

Lembro das dietas malucas, dos inúmeros remédios para emagrecer, dos tratamentos infindáveis com shake, que no começo pareciam milagrosos, mas bastava parar de tomar que os quilinhos voltavam dobrados.

Lembro do meu casamento quando emagreci 18kg a base de sibutramina, e o meu noivo na época dizendo “ou tu paras de tomar este remédio, ou eu vou te deixar, pois não aguento mais te ver sem dormir, chorando, irritada”, nossa como aquele remédio mexia com o meu psicológico.

Lembro de quando eu entrava numa loja e nenhum vendedor me atendia, me olhavam com desprezo, sentar em um ônibus era humanamente impossível, subir uma escada era um dilema, caminhar, fazer trabalhos domésticos era uma tortura.

Até que um dia a minha filha na época com 03 anos perguntou porque eu era tão gorda, porque eu vestia a mesma roupa, porque eu vivia deitada, aquilo pra mim foi “a gota”.

Sem falar nada para ninguém comecei a procurar ajuda e informação sobre a Cirurgia Bariátrica, mais conhecida como Redução de Estômago, já que tinha tentado todos os métodos possíveis e imagináveis para emagrecer, entre eles, remédios, exercícios, dietas, shakes, emagrecia um pouquinho, mas logo vinham os quilos dobrados de novo.

Procurei um Cirurgião super conceituado na minha cidade Dr. Clayton Alencar Moreira que me convidou a participar do Geto (Grupo Especializado em Tratamento da Obesidade), com reuniões mensais (palestras, depoimentos de operados), me apaixonei pelo grupo e de lá pra cá nunca deixei de ir, lá consegui o apoio e as informações que eu tanto queria.

O pré-operatório foi árduo, complicado e longo, já que precisamos do Laudo de sete (07) especialistas para a cirurgia ser liberada pelo Plano de Saúde (cardiologista, endocrinologista, psicólogo, nutricionista, cirurgião do aparelho digestivo, pneumologista e anestesista), no total isso tudo durou seis (06) meses.

Minha família não me apoiou, na verdade eles tinham medo que eu morresse em consequência da cirurgia, mas mesmo assim persistir, descobri que a minha relação com a comida era compulsiva, por isso não conseguia emagrecer, você percebe que o ato de comer virou vício e se eu não tivesse tomado uma atitude provavelmente hoje estaria completamente debilitada em cima de uma cama, necessitando da ajuda alheia para pequenas tarefas do dia a dia.

Mas o grande dia chegou , 03/10/2011 e a minha cirurgia foi realizada no Hospital Geral do Exército, pelo Dr. Clayton e sua equipe, método sleeve.

As primeiras 48h foram de muita dor e arrependimento, mas segurei na mão de Deus e prossegui, 15 dias de dia líquida e mais 15 dias de dieta pastosa, complicado mas venci.

E hj estou aqui, para dizer as pessoas que Obesidade é doença e não falta de vergonha na cara como muitos acham, assim como qualquer outra doença precisa ser tratada.

Sou uma defensora da Cirurgia Bariátrica, mas que seja usada de forma consciente e que seja o último recurso contra este mal que assola o mundo.