Passar por uma cirurgia plástica não é um processo simples.
O primeiro e mais importante passo é a preparação emocional para as transformações que serão enfrentadas. Para tanto, a paciente precisa conhecer o próprio corpo e saber o que é ou não possível ser feito com ele, ou seja, ter expectativas realistas quanto aos resultados. Por isso, é imprudente comparar-se com amigas ou até mesmo celebridades. Cada pessoa tem seu corpo e sua personalidade. Assim, os padrões de beleza não se aplicam igualmente a todos. Esse primeiro aspecto é importante, porque o desejo de aperfeiçoar a aparência às vezes se torna uma obsessão e, mesmo com as alterações físicas visíveis, muitas mulheres continuam insatisfeitas com a própria forma. Nesses casos, é preciso buscar ajuda psicológica para que outro procedimento médico seja adotado.
Tendo certeza de que a cirurgia plástica é desejada e aconselhada, é preciso escolher o médico. Geralmente são três os meios de conhecê-lo: por indicação de alguém conhecido, por pesquisa própria ou por propaganda da clínica na qual ele trabalha. Seja como for, é de extrema importância conferir a credibilidade do especialista e investigar seu histórico profissional. Lembramos que não basta que o cirurgião seja formado em medicina, mas que ele também seja especializado em cirurgia plástica. É possível consultar a especialidade do profissional no site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Plástica ou na do conselho regional de medicina do estado em que a paciente vai operar. Outra maneira de avaliar a capacidade do cirurgião é conhecer algumas de suas pacientes em estágio pós-operatório.
Se o médico for digno de confiança, a próxima fase é agendar uma consulta. Mais importante que reservar uma data para a operação, é indispensável que a paciente tire suas dúvidas e se sinta segura em prosseguir com o processo. É determinado por lei que um anestesista seja consultado, já que é ele quem decide se o paciente tem ou não condições clínicas para ser operado e em que circunstâncias a cirurgia se dará. Por parte da paciente, é esperado que ela informe os médicos sobre o histórico familiar de saúde. Eles precisam saber se algum medicamento está sendo tomado ou se ela tem alguma alergia, entre outros, para saber se ela apresenta algum fator de risco. Além disso, por mais determinada que a paciente esteja, é importante considerar os conselhos clínicos. Afinal, eles são especialistas e sabem quais são as melhores opções para cada caso. Assim sendo, é possível que o médico indique um tamanho de prótese diferente do desejado pela paciente, ou que ele não julgue ser o momento ideal para realizar uma lipoaspiração. É claro que a decisão final cabe a paciente, mas a opinião médica é de grande relevância.
Se tudo correr bem até essa fase, é hora de decidir quando será o grande dia. Nada de pressa, mas cautela para escolher a data. Lembramos que cirurgia plástica não justifica afastamento do trabalho por razões de saúde, então será preciso realizar a operação durante as férias. A disponibilidade de um parente ou amigo também será necessária, principalmente durante a recuperação. Após as cirurgias, pacientes podem encontrar dificuldade para realizar as tarefas mais simples, como trocar de roupa e tomar banho. Em famílias em que dois ou mais parentes querem passar por uma cirurgia, é comum que haja um rodízio para que todos tenham a assistência necessária quando forem operados.
Mesmo depois de ter o médico escolhido, a consulta realizada e a data marcada, nem tudo está pronto para a cirurgia. Os exames pré-cirúrgicos são obrigatórios e podem evitar possíveis complicações durante e após a operação. Em casos de lipoaspiração, é comum que o médico sugira que a paciente perca alguns quilos antes da cirurgia. Os especialistas sugerem que o Índice de Massa Corporal seja alcançado antes da cirurgia por dois motivos: em primeiro lugar, sabendo que o cirurgião plástico não pode retirar mais que 7% do total do peso ideal em gordura presente no corpo da paciente, a quantidade de gordura aspirada pela operação não trará os efeitos desejados, podendo ser considerada ineficaz. Em segundo lugar, se apenas uma região for aspirada enquanto o restante do corpo da paciente continuar com excesso de gordura, haverá uma desproporcionalidade corporal, resultando uma aparência deformada. Por isso, caso a paciente esteja muito acima do peso ideal, é esperado que o médico aconselhe a paciente a emagrecer antes que a lipoaspiração seja feita.
Por último, mas não menos importante, o estágio pós-operatório é o que define o resultado final da cirurgia. Manter a dieta e o repouso recomendados pelo médico são imprescindíveis, pois podem alterar os efeitos obtidos. No caso de implante de silicone, por exemplo, é possível que as próteses se desloquem nos primeiros meses se a paciente fizer esforço físico demasiado. Para quem fez uma lipoaspiração, vigiar e balancear a alimentação é essencial para manter a forma.